A Terra e seus ecossistemas são o lar da humanidade. Com essa liberdade e com esses limites, a Terra é onde tecemos dia a dia nossos arranjos biográficos.
A primeira vez que eu li o “Pequeno Príncipe” me tocou profundamente o modo como ele considerava o planeta dele – na verdade, um minúsculo asteroide (B-612), do tamanho de uma casa com três vulcões (dois ativos) e uma rosa que no começo parecia muito orgulhosa, mas que depois acaba se tornando seu grande amor. O principezinho ama sua rosa, regando-a e protegendo-a.

do nosso (Foto do livro ‘O Pequeno Príncipe)
Na Terra, no nosso mundo, o pequeno príncipe conhece uma raposa muito sabida, que lhe explica claramente sobre uma ética da responsabilidade: “tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas.”
Tudo está conectado na Terra
A história do “Pequeno Príncipe” é simples, mas cheia de simbolismo, e traz uma mensagem importante de amor ao próximo e, ouso emendar, de amor ao nosso planeta. As histórias que o meninozinho de cabelos de ouro e cachecol vermelho contam ao aviador-narrador provocam em nós a necessidade urgente de dar valor tanto à casa onde habitamos quanto às pequenas coisas que nos enriquecem.

Vida sem cuidado não existe. Vida está implicada com afeto, atenção, respeito. O vínculo entre sociedades e natureza sem dúvida nos obriga a estruturar nossas vidas de modo consciente, mantendo relações de benevolência com o meio ambiente, porque é a natureza que sustenta a vida universal de todos os seres.
Barry Commoner, um dos pais da Ecologia, afirma que “tudo está conectado a tudo”. Nós, humanos, somos parte da natureza. Nosso viver pleno e saudável depende de uma interação justa e solidária com o planeta, nossa Casa comum.

Na leitura de “O Pequeno Príncipe” aprendemos que “só se vê bem com o coração.” Quiçá necessitemos passar a praticar com mais eficiência uma relação de comunhão com o nosso planeta, estabelecendo laços de amizade e respeito com nosso entorno, redescobrindo a fidelidade que nos impele a cuidar daquilo que nos acolhe como um verdadeiro lar e como uma verdadeira promessa de plenitude às futuras gerações.
“Na natureza nada é supérfluo.” Averróis
Notinhas
Antoine de Saint-Exupéry, aviador, nasceu em Lyon, na França, em 1900, e morreu em 1944, um ano depois da publicação do livro “O Pequeno Príncipe”, e que ele ilustrou e narrou. Na Segunda Guerra Mundial, ele lutou contra alemães e, mesmo contrariando as ordens de seu médico, pois estava doente demais para voar, foi para combate e nunca mais foi encontrado. Seu avião também sumiu para sempre.
Barry Commoner (1917-2012), biólogo, professor universitário norte-americano, foi um dos pais da Ecologia. No seu livro “Closing Circle”, de 1971, Barry Commoner expõe as leis da ecologia – e a “Primeira Lei da Ecologia” diz que “tudo está conectado a tudo”.
A relação saudável entre sociedade e Natureza depende hoje de uma relação cooperativa e responsável entre a ciência, o direito, a economia, a política e a sociedade civil, pois só assim será possível alcançar um equilíbrio entre o crescimento econômico sustentável e a gestão inteligente dos recursos naturais.
Eugênia Pickina
Escritora e educadora ambiental. Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP).
Tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas do estado de São Paulo e do Paraná, onde vive.
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