Espaços verdes urbanos exercem um papel positivo sobre as pessoas
*Eugênia Pickina
Atualmente, segundo a ONU, 55% da população mundial vive em áreas urbanas, e a expectativa é de que esta proporção aumente para 70% até 2050. E, na cidade, o ser humano busca abrigo, proteção, saúde, liberdade.

Hoje, se pensarmos uma cidade saudável, entre outros aspectos relevantes, ela deve assegurar aos seus habitantes áreas verdes, pois estas últimas são vistas como elementos fundamentais à saúde e à felicidade das populações.
Cidades buscam cada vez mais espaços verdes urbanos
Para quem mora nas cidades, especialmente as grandes cidades, os espaços verdes urbanos funcionam tanto como refúgio quanto fonte legítima de bem-estar, pois são capazes de mitigar, por exemplo, os efeitos negativos do estresse cotidiano.
No dia a dia, quando me encontro triste ou cansada, dirijo-me com determinação a um parque próximo à minha casa. Ali, junto às velhas árvores, pouco a pouco retomo quietude, paz, e sou então nutrida por esse sentimento interno de alegria que é inerente a toda gente, e desde o nascimento.

Não é à toa que um estudo recente na Suécia aponta que o planejamento urbano deve cada vez mais estar associado com a promoção da saúde das populações e, por essa razão, as cidades devem priorizar e cuidar com atenção dos espaços verdes urbanos.
Papel positivo
Os espaços verdes urbanos exercem um papel positivo preponderante no estado físico, emocional e psíquico das pessoas – e de todas as idades. A presença de vegetação nos bairros, por exemplo, é capaz de mitigar a ansiedade e comportamentos agressivos, pois a cor verde exerce um efeito calmamente sobre as pessoas.
Se no século XX, os espaços verdes foram vistos como os “pulmões das cidades”, no século atual, os espaços verdes urbanos desempenham ainda a função de minimizar as tensões da vida cotidiana, conferindo às cidades maiores condições de bem-estar e habitalidade.

no estado físico, emocional e psíquico das pessoas
Por fim, o urbanista, o projetista, o ecologista, o político, o cidadão, todos devemos eleger os espaços verdes urbanos como elementos essenciais à rotina citadina, pois são eles componentes inerentes à qualidade de vida nas cidades.
Obrigada pela paciente leitura. Um abraço!
“Em todas as caminhadas na natureza se recebe muito mais do que se procura.” John Muir
Notinhas
Uma cidade saudável, segundo a OMS, “é aquela que coloca em prática de modo contínuo a melhoria de seu meio ambiente físico e social utilizando todos os recursos de sua comunidade.” Considera-se, então, uma cidade saudável aquela cujos dirigentes municipais dão prioridade à saúde de seus cidadãos dentro de uma ótica ampliada de qualidade de vida.
Os parques urbanos surgiram no final do século XIX, e numa época onde se deu uma nítida distinção entre trabalho e lazer.
Usando os espaços verdes urbanos
As pessoas que frequentam os parques nas cidades fazem-no por motivos diversos: lazer, passeio com criança, passeio com animais, esporte, redução de estresse, indicação médica, para estudar/ler etc. Contudo, todas elas apontam as áreas verdes como elementos fundamentais à qualidade de vida nas cidades e à própria sanidade mental.

A visita a parques, jardins botânicos e áreas verdes está relacionada à redução do estresse, refletida em redução da pressão arterial e dos batimentos cardíacos e em melhoria de outros indicadores fisiológicos, segundo estudos atuais diversos.
Os benefícios do contato com a natureza no meio urbano, ainda que em poucos momentos do dia, geram sentimentos positivos duradouros, incentivando conexão com a natureza.
Fotos tiradas no Elizabeth Park, em Hartford, Connecticut.
Referências
Barros, M.; Virgílio, H. Praças: espaços verdes na cidade de Londrina. Geografia, volume 12, n. , UEL, Londrina, Paraná.
Lima, V.; Amorim, M. A importância das áreas verdes para a qualidade ambiental das cidades. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
Lopera, F. Las zonas verdes como factor da calidad de vida en las ciudades. Revista Ciudade y territorio, Estudios territoriales, no 144, Valencia, 2005.
Schipperijn, J. (2010), Use of urban green space. Revista Forest e Landscape, n. 45, Faculty of life sciences, University of Copenhagen.
Leia mais:
Jardins e os “não lugares”
*Eugênia Pickina
Escritora e educadora ambiental. Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP).
Tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas do estado de São Paulo e do Paraná, onde vive.
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